sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

SAGRADO FEMININO

Tenho sonhado com Deusas...
Deusas que dançam, cantam, respiram,

e acordam meu sono de maneiras inesperadas.
Deusas vulneráveis - deusas dominantes –

alquímicas – instintivas –
cansadas e feridas de um lado; radiantes e curadas do outro.
Não é algo sedutor.

É muito mais do que isso: um conjunto de rostos,
olhares, cabelos longos, curtos, crespos, lisos.
Um sonho sonhado quando estou acordada.
Sonhando e celebrando essas Deusas,

é como se eu festejasse em mim mesma
as incorporações que eu vou torcer pra ver e ter nesse ano.
Quero ver, e quem sabe despertar o sagrado feminino em mim

e em todas as mulheres que passarem diante dos meus olhos.
A Deusa presente na alegria da vida ou no mistério da morte.
A que seja virgem numa tradução não de indeflorada,

mas sim de ser a que faz porque quer, porque sente
que assim deve fazer seguindo a sua própria escala de valores.
Que incorpore o divino dentro do seu corpo e das suas formas quaisquer que sejam, reivindicando seu espaço usando a voz, os gestos, a razão e a emoção.
Que aprendam a amar, compreender,

e desta forma, sirvam de parteiras às consciências umas das outras.
É por isso que necessitamos de palavras para os mistérios das mulheres.

Nós, as loucas, as bruxas, as libertinas, as incompreendidas, as justas, as histéricas...
É por essas deusas mulheres, sagradas e pagãs que vou continuar a observar, escrever e viver.

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