Todo mundo sabe o quanto a musica faz parte de mim
e como viver e musicar se mistura na minha existência.
Agora estou morando numa casa que tem o mar como vizinho
e aí os sons da natureza que não estava habituada a ouvir
participam agora das minhas mais doces inspirações.
Sim, a música existe na vida, numa manifestação constante e sedutora.
Estava ouvindo Fátima Guedes e descobri uma canção que diz:
“ Vou despir minhas sete mentiras pra te agradar
cada um dos meus sete pecados todos no chão.
Vai beber no meu corpo a mais pura água
pra morrer nos desertos da paixão.”
Nossa, que lindo não é?
Viajei na poesia de sabores fortes pra encantar o próximo romance
onde eu vou estar desprovida de todos os vícios de pecado e promessas demais.
Limpa, inédita e no ritmo vanguarda do século 21.
Absorvi tanto a melodia e a letra e de repente descubro que não tenho pra quem cantar.
Descobri que ela não tem rosto, formas ou cheiros.
É uma imagem cinza e enevoada.
Uma musa imaginária, uma mulher que um dia eu posso encontrar (se ela existir).
Quero que ela entre sem pedir licença, fazendo do meu ser algo inexplicável,
radical, misturando o racional dentro do meu ser totalmente emocional.
Ela vai me ver como ninguém nunca viu, sem máscaras ou personagens de palco,
mas com os brilhos da razão.
Vai me rejuvenescer me dando o direito de me apaixonar cega e irresponsavelmente.
Vai se aproveitar da minha alegria pra ser uma pessoa melhor do que eu imaginei
e junto comigo alcançar o nirvana de estar feliz.
Por enquanto ela está na minha mente como um quadro pendurado em uma parede,
linda e sorridente e sem sombra de dúvidas que é ela.
Vejo e sinto muito mais que isso: sinto uma grande vontade de me preparar pra sua chegada
ou até mesmo a sua volta.
E enquanto esse dia não chega vou mergulhar no meu universo musical onde a arte sempre me aponta as respostas acalmando meu ser frenético e vil.